sexta-feira, 12 de maio de 2017

Paixão maternal

De teu ventre fecundo, mulher, gera-se vida.
Paixão maternal de uma sublimação contínua
a oferecer ao divino tua carne morena.
Invejam-te muitos homens,
de falos femininos concebíveis,
do êxtase da maternidade escrita
e outra vez reescrita no corpo erógeno
de tua mística.
Liberta-me pela tua parição
da vulnerabilidade que esteriliza
toda maternidade masculina.
E me faz mulher.
Gera-me puta, gera-me mãe prodigiosa,
concebe-me, contudo,
o feminino sagrado da tua sedução.


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