quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Ipê rosa

Teus lábios tocam, suave,  
a minha tez cansada, na floração de um ipê.
E ao gosto desse beijo, nesse sopro augusto ainda frio, 
me olvido um instante o caos latente. 
Sou agora as pétalas róseas caídas ao chão. 
Tu, amado, indistinguível entre o azul do céu, os ramos floridos e a admiração gratuita que me toma de assalto, 
transforma-te em mim, olhando o estupor da visão do ipê. 
N'aquele instante, breve e belo, 
tu és meu.