sábado, 19 de maio de 2012

Gripe Poética

"Gripe ou Constipação"
Ah, mal posso inspirar o ar
aos meus pulmões.
O aroma das flores de outono
minhas narinas congestionadas
não sentem mais.
Meu peito cheio,
cheio daquela coriza
provoca tosse
em minhas palavras.
Ah, que desânimo!
Sinto frio
e minhas mãos gélidas
não querem escrever,
elas só pensam
em assuar o nariz.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Uma Noite na Roça

Contemplando o crepúsculo
que precede às noites na roça,
ao longe, no vasto horizonte
de pasto;
entre grilos e sapos
regendo a canção natural
da maestra natureza.
Uma bica d'água
verte os sons
de suas notas correntes,
límpidas e cristalinas.
E vejo a estrada de chão
quase ofuscada pela noite nascente
na orquestra da noite na roça.

domingo, 13 de maio de 2012

A Maternidade da Virgem Mãe de Deus




No tempo da Graça, o Anjo foi enviado a Santíssima Virgem Maria anunciando a vinda do Verbo de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo por obra do Espírito Santo. 

Concepção
Segundo São Lucas, Maria perturbou-se o coração com as palavras do Arcanjo Gabriel. Contemple ela, jovem moça prometida em casamento a José. Cheia dos sonhos com que cada mulher sonha para si recebendo o santo e grandioso anúncio de que ela foi escolhida por Deus para ser a MÃE DE DEUS.
A Virgem Maria não compreendeu no início como ficaria grávida, porque não era casada ainda. Mas confiou INTEIRAMENTE a Deus; “eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a Vossa Palavra” (Lc1,38).
E a Virgem Maria de Nazaré concebeu pelo Espírito Santo.

Gestação
José, o castíssimo esposo de Maria, descobrindo que ela esta grávida, pensou em deixá-la em segredo para que não fosse julgada pelos judeus. Naquele tempo, a Santa Maria correra risco de ser apedrejada caso os judeus descobrissem que ela estava grávida. Porque não iriam acreditar que sua santíssima gravidez é obra do Espírito Santo de Deus e acusariam de blasfêmia.
Mas um Anjo aparece também ao bondoso José e revela o mistério da Encarnação e mais, confia a São José o cuidado da Sagrada Família de Nazaré. (Mt 1,21).
Contemple a Santa Criança formando-se com o passar das semanas. As experiências que cada mãe gestante tem. A primeira vez que Maria sentiu Jesus se mexer em seu ventre, o Filho de Deus encarnado homem.

Nascimento
Completado o tempo, a Sagrada Família se encontrava em Belém quando a Virgem Mãe sente as dores do parto. A cidade estava cheia de viajantes. As hospedarias sem vagas. Então no campo, numa simples gruta a Virgem dá a luz o Salvador. (Lc 2,10-11).
Contemple o insondável mistério de Deus que se faz homem e veio morar entre nós. (Jo 1,14). A primeira adoração. Santa Maria e São José diante do Menino Deus. Quanto amor os envolveu nessa hora. Quanta alegria, a alegria de uma mãe ao ver seu filho pela primeira vez.

Infância
E o menino crescia em sabedoria e graça, diante de Deus e do povo. A sagrada família de Nazaré vivia uma vida simples, humilde. O menino Jesus aprendia o ofício da carpintaria com seu pai São José. Maria, mãe sensível as necessidades daqueles que mais amava, o Filho e o esposo, nada deixava faltar.
Contemple o dulcíssimo amor que ardiam no coração da Sagrada Família. Maria intimamente unida ao mistério da Trindade. A mãe que ensina o Filho e com Ele aprende o mais profundo amor.

Ó Santíssima Virgem Maria, mãe de Deus, mãe da Igreja, vós que intercedestes a Jesus, teu Filho, nas bodas de Caná e nos aconselha a “fazer tudo o que Ele nos disser”, aponta o Caminho que minha mãe necessita para melhor servir teu Filho e dá-nos seu exemplo materno.

Ó Santíssima Mãe Imaculada, vós que acompanhastes teu Filho Jesus no caminho do Calvário, participando do Seu sofrimento salvífico, guie minha mãe na Verdade, protegendo-a dos perigos da alma e do corpo.

Ó Santíssima Rainha, coroada pela Santíssima Trindade, abençoai minha mãe e as mães do mundo inteiro para sejam reflexo do amor incondicional de Deus na Vida de nossas famílias.
Amém.

O Outro Bicho

Sem destino certo, caminhava pelas ruas como um cão farejando alimento. Eu estava faminto.
Se batia à porta das pessoas, a hostilidade das donas e seus maridos causava-me medo. Minha presença provocava-lhes repugnância.
Sequer podia transitar nas calçadas frente a restaurantes sem ser vigiado ou humilhado por seguranças. Mendigos prejudicam a reputação do comércio, diziam.
Minha esperança era revirar o lixo nas lixeiras de restaurantes e, quando encontrava algo comestível, lançava-o goela abaixo sem me importar com o cheiro e o gosto desagradável.
Aquela manhã tornei-me objeto de curiosidade de um garoto, provavelmente em seus seis anos de idade. Enquanto investigava o lixo de um restaurante ao lado da escola, pelo pátio, um menino olhava-me fixamente. Estava atônito pelo espanto de perceber um homem sujo e tão magro se misturando ao lixo e dele comendo voraz.
O garoto não dizia palavra alguma. Apenas encarava-me com seus olhos insistentes que, por um momento pareceu-me gritar: “não coma isso. É lixo!” Senti-me envergonhado.
O sinal da escola tocou anunciando o término do recreio.
Lacrimaram meus olhos em ver aquele menino, meu Deus, livre de qualquer preconceito, na inocência de sua vida, com as mãozinhas trêmulas me oferecer da sua lancheira para comer.