terça-feira, 22 de outubro de 2013

Filtro de barro

     
        A água é indubitavelmente, o líquido por excelência, que refresca a sede. Mas, não apreciei um bom copo d’água como aqueles provenientes de um filtro de barro. Sim, daqueles que se encontram facilmente na casa de toda avó.
       Agora, vejo filtros modernos, ligados diretamente à torneira. Filtros com purificadores, filtros com duas opções de temperatura da água: gelada e natural. Até encontrei um filtro automático, apenas se colocava o copo e a água decantava sem interferência humana. Esses tipos de filtros retardatários não matam a minha sede.
       A sensação de suprir nossas necessidades básicas quando, em uma situação de extrema vontade, causa-nos uma prazerosa sensação de alívio. Nessa situação, qualquer água serve.
      O filtro de barro, por sua vez, possui o método de filtragem mais eficiente e barato do mercado; além de, manter a temperatura da água sempre ideal. É possível sentir um leve gosto de argila, mas, a água continua insossa e potável. O gostinho típico é marca, selo da simplicidade de uma época nostálgica. É! Decididamente, eu jamais hei de comprar filtros modernos.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Ao meu lado

Quando estás ao meu lado,
o não-tempo pressinto
e outro lugar do universo não desejo.
E não me esfria o ânimo
o friorento rebuçar da noite pálida;
saudosa dama sem amor
sem boa-noite antes do fim.
A eternidade em agradáveis instantes
quando estás bem junto a mim.

sábado, 21 de setembro de 2013

A jovialidade clariana

A coerente fé de Santa Clara de Assis, ainda no despertar de sua juventude, revelava o seu desejo de viver a serviço do próximo. O mesmo fervor tinha sua mãe e desta, aprendeu a aliviar o sofrimento dos menos favorecidos, aos quais ajudava caridosamente.
Do seu primeiro contato com São Francisco através da pregação dele na Catedral de Assis, Clara sente-se iluminada pelo exemplo vivo de Francisco e, ao mesmo tempo, atraída pelo seu inovador modo de vida, tão conforme a mensagem cristã. É a face de uma jovem que encontra o sentido de sua existência. Sente o coração palpitar ligeiro com a possibilidade de se consagrar perpetuamente ao Sumo Deus.
Foram muitas as dificuldades em sua experiência de fé, as incompreensões por parte da família quanto a sua caminhada. No entanto, ela não voltaria atrás. Optou pelo seguimento do Cristo Jesus pobre, humilde e obediente; seguiria as pegadas que Francisco deixou ao mundo.
Como a juventude de hoje, também Clara se Lança em escolhas nada fáceis e até arriscadas. Também a jovem sentiu medo, mas, a coragem e o vigor da jovialidade levaram-na a buscar seus sonhos. São 800 anos do carisma clariano na Igreja. Suas palavras ecoam forte através dos séculos e continuam atualizadas. Como ela própria cita em uma de suas cartas: “não perca de vista seu ponto de partida”.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

O Eterno Poeta

No princípio era a Palavra
e a Palavra estava junto de Deus,
e a Palavra era Deus.
Por fim, Deus se fez poesia,
exaltando o amor na compaixão
à vida humana.
Ele, o Eterno Poeta,
acendeu a luz,
multiplicou o pão,
carregou a cruz.
E seus versos ecoaram pelo espaço.
Lá, onde os limites do universo
incomodam a inteligência.
Poeta de amor eterno,
dos enamorados, da musa Criação;
inesgotável sublime simplicidade,
dos Homens é salvação.

domingo, 25 de agosto de 2013

O indispensável é escrever

Escrever tornou-se o modo mais eficaz para expressar a síntese dos sentimentos e do conhecimento humano. Mas, a arte de redigir textos é uma tarefa árdua, mesmo para o mais sagaz escritor.
Quem experimentara o angustiante momento durante a produção de textos literários certamente, recorda com gozo, as dores para parir as palavras minuciosamente escolhidas para expressar com exatidão, o sentimento desejado. Outros textos, imbuídos de termos científicos, igualmente laboriosos para escrever, à vista de um leitor inexperiente, parece deveras exaustivo, por sua linguagem técnica.
Não existe fórmula pronta para escrever bem. A prática constante somada à leitura freqüente facilitará o desenvolvimento do raciocínio para tal. Basicamente, quem rege o lápis necessitará obter conteúdo acerca do tema a ser trabalhado no texto.
Portanto, quem se dedica a arte de escrever tem a seu favor uma poderosa ferramenta de persuasão para formar opiniões, informar ou mesmo deformar os fatos. Citemos o rei inglês, Ricardo III, retratado por Shakespeare, em uma de suas obras. O rei surge como um tirano na obra literária ao passo que, até recentemente, esse estereótipo o marcava na história da Inglaterra. Logo, seja poeta, escritor ou um aluno, a escrita é tão indispensável à comunicação quanto à fala, salvo que, a primeira oferece a oportunidade de preservação histórica.


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Chato

Acordei meio chato ontem,
não, talvez eu seja chato também hoje.
Mas, amanhã retomo minha face normal
que normalmente sou durante a semana.
Não que eu escolha bem cedo ser ou não
chato ou extravagantemente normal.
Uma boa noite de sono me abastece.
O chato é acordar cedo e enfrentar o frio
enquanto me vejo atrasado às 6:30 da manhã.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Angústia

O sono se irrompe numa flecha aguda de sonho. A noite adiantada, segue seu percurso e no relógio, 4h:18min, bem sinalizados em números vermelhos no leito escuro. Meio acordado, a amnésia deixa escapar flashes do que se passara no inconsciente.
O pensamento põe-se a avançar sobre uma onda de situações vividas, nem sempre conectadas, mas que, criam uma zona angustiante. E percebo-me como o antagonista dessa história; o anti-herói que não consegue agir e salvar o dia.
O badalo do sino da matriz ecoa pelo ar e recordo de Deus, tão desfigurado pela ambição dos homens. A musicalidade do sino, aos poucos, emudece e, eu recorro a tentativas para retomar o sono. A insônia, entretanto, joga-me de um lado a outro da cama e com bofetadas se opõe contra a minha vontade de cessar os muito pensamentos que circulam mais veloz. A angústia, antes de levar à morte, passa pela loucura e alguns desmaios. Outrossim, nos leva a adormecer vencido pelo cansaço.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

A Fera

V(o)U_e_L(u)TO
Estava disposto a domar a fera. Era uma questão de vida ou morte. Com todo esse tempo dividindo o mesmo espaço, conhecia bem suas artimanhas, mas, o desconhecido ser provocava-me com sua audácia em atacar a qualquer momento.

Pensara em escrever a algum amigo e pedir socorro. O problema é encontrar um destinatário para a carta. Todavia, passei tempo demais com a fera, enquanto que eles, lá fora, me esperavam. Se eu lhes creditasse antes a atenção que agora suplico, certamente investiriam lugar adentro para procurar por mim. Fariam uma escolta firme, formada por um afetuoso abraço e voaríamos para uma terra branda. A fera não seria problema porque nós seríamos maioria.

Um tremendo rugido rasgou minha distração. Com a face enrijecida de pavor, por pouco não sucumbi à luta. Vi-a nos olhos. O hálito quente de suas narinas espraiou-se sob meu peito. O espaço não é bastante para nós, sobretudo, para mim, que estou sufocando a cada dia. A sobrevivência me impede de viver plenamente. E minhas virtudes, as armas em punho, estão frágeis. Precisam fundir-se no fogo.

Tudo de que necessito está aqui nesse espaço: o fogo, as armas, os amigos e a fera... que tem necessidade apenas de mim, que sou homem. No fundo, ela sabe que, sem me manter vivo, a morte ceifará a sua existência tão logo, expirar a minha própria vida.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Rosa Linda


Quando o amor alcança as profundezas do espírito, os limites da natureza humana tornam-se simples detalhes de quem aprendeu a viver. Eis a percepção resultante de meses de voluntariado na Vila Vicentina Padre Alaor. Os senhores e senhoras que ali residem experimentam na amizade essa máxima.
A grande maioria dos velhinhos possui dificuldade na fala ou a ausência da mesma. Entretanto, a comunicação segue eficiente por meio de gemidos e gestos. A linguagem tem necessidade apenas do olhar atento para concretizar suas palavras silenciosas.
Duas senhoras em especial, amigas afetivamente inseparáveis, causam-me forte impressão. Dividem o quarto e os dias do ano. O amor encontrou nelas a reciprocidade mais natural. Amor não expressado em palavras, mas, declarado em cada sorriso e nos abraços limitados pelo braço das cadeiras onde se assentam.
Raras vezes foi necessário que uma delas se ausentasse da companhia da outra. Certa vez, Rosalinda precisou sair para consulta médica. Sua amiga, Ângela, se opôs e, entre gemidos bravos e gestos fez o que lhe pareceu possível para impedir a saída da amiga. Pensava ela que, caso esta fosse, poderia não mais voltar.
Meses depois o medo de Ângela tomou feições reais. Rosalinda faleceu. E sua cadeira ao lado de Ângela permanece vazia. Seus olhos umedecidos fazem-me recordar que sua amiga não voltará.
Apesar disso, o amor cultivado por essa amizade não cessa com a morte. Afinal, o Amor que vence os limites da natureza é eterno.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Aos Poetas

"A poesia não nasce de mim. Ela está a nossa volta, declamada ininterrupta pela natureza. Meu ofício é escutá-la; apalpar em minhas mãos seus versos e, codificá-los aos olhos de almas sensíveis que delas se alimentarão com prazer".

domingo, 7 de abril de 2013

Café da Manhã

Um belo domingo para um café ao ar livre. O céu azul, quase sem nuvens, revela um sol de um horário inadequado para se levantar, entretanto, é domingo!
Com o café ao leite e um grande e redondo pão-de-queijo fui buscar alento sob um enorme abacateiro em frente ao jardim, para alimentar meu desejo poético de viver.
Uma daquelas cenas cômicas que costumam desabar em série a personagens patetas em filmes de categoria B veio abarcar o poeta.
Da árvore, a sua raiz exposta no chão torna-se cadeira. No súbito movimento de sentar-me, percebi um emaranhado de teia de aranha envolta ao rosto. Enquanto desvelava com uma das mãos ocupadas, a teia  sem fim, a cadela inquieta espreitava o momento de acercar-me com seu focinho apurado o meu pão-de-queijo.
Prevendo o perigo, com uma das pernas procurei espantar a cachorrinha, sem sucesso. A outra perna, uma formiga, tipo cabeçuda, fez o favor de aplicar uma picada certeira, provocando meu desequilíbrio e consequente desperdício de um pouco de café, escorrido pela perna.
Um quarto de minuto, talvez... Bastara um quarto de minuto para decidir-me pelo retorno a uma cadeira rotineira com minha xícara e pôr fim ao café, inspiravelmente desastroso.

sábado, 16 de março de 2013

Tábata


Foi o veredicto que faltava à jovem Tábata. Estava grávida! Entretanto, colocaria um fim a essa situação. O procedimento marcara para o dia seguinte. 

Caminhava, sem desejar, de fato, chegar à algum lugar. Em uma rua próxima, uma senhorinha pelejava para se levantar do chão; caíra e sem forças, não conseguia levantar-se por si só. 

não haviam transeuntes próximos e Tábata, por sua vez, hesitou um instante mas, foi ao socorro da velhinha. A jovem a conduziu ao interior de sua casa, em frente ao local do incidente. 

Antes, porém, de pensar em continuar seu caminho sem destino, a boa senhora inicia um monólogo, expondo sua história à estranha samaritana. 

Todavia, não pretendia Tábata permanecer um longo período na casa de uma desconhecida; quanto mais perder tempo com conversas de épocas antigas. Porém, aos poucos, a jovem apreciara a história de amor que dona Vita lhe contava. Do casamento arranjado por seu pai com Geraldo até os últimos acontecimentos, que culminaram na morte do marido. 

Comovida, dona Vita narrava a conturbada gestação. Uma gravidez de risco para mãe e para o bebê. Os cuidados eram dobrados e as condições, precárias para o casal que, na época, viviam de muito suor e pouco pão. 

Após um parto delicado, mãe e filha sobrevivem, mas houveram sequelas: esterilidade de dona Vita, ainda moça e uma síndrome adquirida pela criança, batizada coincidentemente de Tábata. Foram breves dois meses de vida. 

A essas palavras, a jovem Tábata vertia lágrimas amargas, experimentando na carne, o impulso materno brotar no âmago de sua existência.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Soneto ao Sacrário

A pequena luz escarlate
a cintilar continuamente
confirma a excelsa verdade
que Deus está presente.

A graça mais perfeita
me encanta o coração
a Majestade Eucarística,
um colóquio em oração.

À minha cela se avizinha
a sublime espécie de Pão.
Na minha casa, este convento

na incruenta doação
como o pai que dá sustento
resta-me amá-Lo. [Conclusão].

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Querer-te

Primeira comunhão
Quero-te!
Arde-me a alma por Vós
e, no entanto fraca
é minha vontade.
Bastaria o sim
desposado sem palavras
com todo o tudo de meu ser.
E não mais distâncias
por mais longínquo fosse o caminho.
Ou dolorosa a solidão.
Consumar a minha entrega
em inefável Comunhão. 

sábado, 12 de janeiro de 2013

21ª Romaria de Coroaci a Aparecida

Com muita alegria e fé, nós, romeiros coroacienses partimos no dia 8 para o Santuário Nacional de Aparecida. Com direito a visita a Canção Nova e a oração da Via-Sacra no cruzeiro da cidade, agradecemos a Deus a oportunidade e esperamos voltar ano que vem para bendizer as maravilhas de Deus em nossas vidas e agradecer nossa amada Mãe e Rainha do Brasil pelos benefícios recebidos por suas mãos liberais.