terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Sonhar-te-emos


Sonhar-te-ei desde o alvorecer da juventude, 
entre os cantos das aves matinais e o jardim orvalhado da noite.
Sonhos prenhos de desejos intimados 
do gozo dos tempos infindados no teu beijo,
mas de sonhos também violentados,
como as perdas imprevistas,
como o coito forçado. 
Sonhar-me-hei ausente da felicidade, 
porém, sem sentir tristezas; 
o momento é o que há.
É como o céu ou o inferno, que me importa,
se é na lida que faço e me desfaço a vida inteira?
E os sonhos... Ah, eles deliram as gentes. 
Deus o sabe.
Antes que o Verbo se fizesse carne
ele foi sonho.
Talvez ainda o seja. 
Só que agora sonhamos juntos 
e os meus sonhos movem o mundo.

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